A Repsol Sinopec Brasil e o Porto do Açu celebraram a assinatura de um MoU (Memorandum of Understanding) para desenvolver estudos de aplicação de tecnologia de captura de carbono e produção de combustíveis renováveis em operações portuárias, em um evento no dia 3 de junho, na cidade do Rio de Janeiro, com presença de Alejandro Ponce, CEO da Repsol Sinopec Brasil, Eugenio Figueiredo, CEO do Porto do Açu, executivos de ambas as companhias e representantes da FIRJAN, ANP, Marinha do Brasil, além de demais parceiros. 

Além da assinatura, os presentes puderam acompanhar um overview do projeto, apresentado pela Gerente de Suporte de Portfolio de P&D da RSB, Cassiane Ferreira, e pela Coordenadora de Inovação do Porto, Juliane Castro Carneiro, e uma explicação sobre escalabilidade e aplicação, visando os próximos passos, com o Gerente Sênior de P&D da RSB, José Salinero, e o diretor de Administração Portuária do Porto do Açu, Vinicius Patel. 

O projeto DACtoSEA prevê a implantação de uma planta Piloto combinando a tecnologia de captura de dióxido de carbono (CO2) diretamente do ar com a tecnologia de conversão deste CO2 capturado em combustível renovável, ambas desenvolvidas pela RSB. O combustível desenvolvido a partir desse processo poderá será utilizado para embarcações de apoio do próprio porto, fechando o ciclo do carbono e possibilitando que pesquisa e teste de produto sejam feitos no mesmo local e em tempo real. 

A iniciativa conta com a experiência dos projetos DAC.SI e CO2CHEM, capitaneados pela Repsol Sinopec. O DAC.SI, desenvolvido em parceria com a PUCRS e com a startup alemã DACMa GmbH, comissionou em 2024 uma unidade DAC (Direct Air Capture) com potencial de captura de 300 toneladas de CO2 direto do ar por ano. Já o projeto CO2CHEM, tem a Hytron, a USP e o SENAI Cetiqt como parceiros, para o desenvolvimento de uma planta piloto de produção de combustíveis renováveis a partir do CO2.   

Alejandro Ponce, CEO da Repsol Sinopec Brasil, destaca que a parceria com o Porto do Açu tem o diferencial de permitir que o processo de pesquisa e desenvolvimento seja aplicado em ambiente real: «Acreditamos que o Brasil pode ser um hub de inovação em captura de carbono e avançar neste segmento é um grande desafio que nos move. Na Repsol Sinopec Brasil temos muito orgulho de estar na vanguarda das iniciativas para a descarbonização da economia e ter o apoio de parceiros que compartilham a nossa visão tem sido um grande diferencial. É essa união entre setor privado, academia, agentes de fomento e órgãos reguladores que vai permitir a transformação de boas ideias em soluções práticas.”  

O foco em soluções de descarbonização, fruto dessa parceria, é pioneiro para os setores marítimo-portuário e aviação, que enfrentam desafios cada vez maiores para atingir suas metas de redução das emissões. Hoje o combustível oferecido ao mercado marítimo é responsável por cerca de 3% das emissões globais de CO2. O projeto tem o objetivo de estabelecer um ciclo que não apenas mitiga as emissões de CO2, mas também transforma esse gás em combustível renovável, um recurso essencial para operações portuárias.   

Com mais de 7.000 embarcações recebidas em 2024, o Porto do Açu é o ambiente ideal para testar e validar soluções de descarbonização em larga escala. A planta piloto, que será desenvolvida em conjunto com o Cais Açu Lab, hub de inovação do porto, terá capacidade para capturar 5.000 toneladas de CO2 por ano e potencial para produzir cerca de 300 litros de combustível sustentável por dia, que poderá ser utilizado nas embarcações de apoio.  

Eugenio Figuerêdo, CEO do Porto do Açu, ressalta o potencial do projeto: «Este é um marco para a indústria brasileira e global, pois representa um avanço significativo na captura de CO2 e na utilização dessa tecnologia para a produção de combustíveis. Nosso objetivo é acelerar a transição energética e contribuir para o alcance das metas climáticas, destacando o protagonismo da Repsol Sinopec e do Porto do Açu, através da utilização da inovação como ferramenta para impulsionar o desenvolvimento de tecnologias que realmente façam a diferença», disse.  

O projeto foi um dos 43 selecionados na chamada pública FINEP-BNDES voltados ao desenvolvimento e implantação de unidades de produção de combustível sustentável para aviação (SAF) e navegação. A iniciativa fortalece a liderança da Repsol Sinopec Brasil no desenvolvimento de tecnologias voltadas à captura e conversão de CO₂, reafirmando seu papel estratégico na transição energética e no futuro sustentável do setor de energia no Brasil.