Evento debate potencial da indústria de energia em avançar na agenda ESG no Brasil
Durante o evento ESG Energy Forum, realizado pelo IBP, entre os dias 20 e 22 de junho, no Hotel Fairmont, em Copacabana, Rio de Janeiro, representantes da Repsol Sinopec Brasil destacaram os avanços da empresa em Pesquisa e Desenvolvimento no Brasil, sobretudo em tecnologias de descarbonização, e como percebem o cenário futuro para o desenvolvimento de novas soluções.
No painel “HUB de CCUS no Brasil”, realizado no dia 21, a gerente de Suporte de Portfólio de Pesquisa da Repsol Sinopec, Cassiane Nunes, participou do debate sobre a importância e o potencial do país no desenvolvimento de hub tecnológico de soluções CCUS – de captura, uso e armazenamento de carbono. Segundo dados apresentados por consultoria, este mercado tem potencial de gerar até 210 mil empregos e contribuir com até US$ 3,2 bilhões por ano no PIB brasileiro.
Em sua apresentação, Cassiane se mostrou otimista com o potencial do Brasil em avançar neste segmento. “O Brasil é o país com o segundo maior investimento em tecnologia do grupo Repsol, e acreditamos que o país será um grande HUB de tecnologias CCUS no mundo”, destacou.
A gerente falou ainda sobre o Programa NET, criado pela RSB para trazer tecnologias inovadoras voltadas para negativar emissões de gases de efeito estufa. Com isto, a empresa tem como objetivo manter 50% do seu portfólio de Pesquisa e Desenvolvimento no Brasil focado em tecnologias de descarbonização, contribuindo com a meta global do grupo Repsol de zerar emissões líquidas até 2050.
Como exemplo, estão os projetos DAC SI e DAC 5000, desenvolvidos pela Repsol Sinopec em parceira com startups e universidades, para trazer ao Brasil a tecnologia Direct Air Capture (DAC), inédita na América Latina, voltada para captura direta de CO2 da atmosfera. “Instituições especializadas apontam que a tecnologia DAC pode ser responsável por metade do abatimento total de emissões de gases de efeito estufa no mundo”, completou a gerente.
Em outra frente das pesquisas, a RSB e parceiros estudarão o potencial de injeção e armazenamento de CO2 em rochas basálticas, encontradas amplamente no território brasileiro, na Bacia do Paraná. Cassiane Nunes enfatizou a segurança como ponto forte das pesquisas. “Nada é feito sem um grande estudo por trás. Além disto, o regulamento brasileiro é bastante rigoroso neste sentido, e demanda todas as licenças necessárias e a garantia máxima da segurança e do monitoramento constante do processo”, pontuou.
Papel do P&D na Transição Energética
No dia 22, a diretora de Operações da RSB, Lorena Dominguez, participou do painel “O Ecossistema de P&D na Transição Energética”, realizado para debater as perspectivas sobre os investimentos em Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico voltados para novas fontes de energia renovável e descarbonização no Brasil.
Lorena destacou o investimento de R$ 200 milhões da Repsol Sinopec em P&D, entre 2022 e 2023, e a aposta na liderança do Brasil no processo de transição energética: “para nós, a inovação é fundamental para a redução de emissões. Aproveitamos o fato de termos grandes universidades e centros de pesquisa no país, para construir parcerias e avançar em soluções inovadoras, como a tecnologia DAC e produção e uso de hidrogênio sustentável”. A diretora destacou ainda importância de realizar investimentos para tornar as tecnologias economicamente viáveis e escaláveis para outros lugares, até mesmo outros países.
A matriz energética e a produção de gás natural são outras vantagens, na sua visão. “O Brasil está muito mais avançado que outros países na diversidade da sua matriz enérgica, que é composta com mais de 80% em energia renovável. Além disto, temos no pré-sal projetos que vão começar a trazer o gás natural cada vez mais como protagonista de uma indústria mais sustentável, como estamos fazendo com o bloco BM-C-33, no pré-sal da Bacia de Campos”.
Os investimentos em descarbonização e a contribuição com o compromisso do grupo em alcançar zero emissões líquidas também foi destacado pela vice-diretora da área Financeira, Gilberta Lucchesi, durante o painel “E+ESG”, realizado no mesmo dia. O painel debateu como o cuidado com a questão dos direitos humanos pode contribuir para a estratégia corporativa das empresas em sua agenda ESG, integrando o conjunto de informações demandados pelo mercado financeiro e de investimentos.